Disputado e difícil, como se previa, o grupo C mostrou o bom futebol da Alemanha e a classificação por um fio de Gana, única seleção africana a passar de fase.
ALEMANHA
O time alemão é apontado como candidato ao título desde sempre, por todo o retrospecto em Copas. Mas o futebol surpreendeu. Recheado de jovens valores campeões europeus nas competições de base, fugiu do padrão germânico baseado na força e na superação. Toque de bola, criatividade, coisas que há muito não víamos no selecionado, estiveram presentes. Reflexo de uma nação que se renova. Com um dos maiores percentuais de jovens entre a população dos países mais importantes da Europa, economia poderosa, alto índice de qualidade de vida, poder político e refúgio dos mais procurados por imigrantes da Ásia e da Europa, a Alemanha reinventa seu futebol. O time tem descendentes ou jogadores naturalizados de várias proced~encias, como poloneses, turcos, brasileiros, numa mistura impensável e improvável há alguns anos. Garantiu a vaga numa vitória simples sobre Gana, mas deixaram a sensação de que vão caminhar muito na Copa. O problema é que pegam a Inglaterra nas oitavas-de-final. Aí entram outros componentes, muito além do futebol.
GANA
Seleção africana menos badalada do que Camarões, Nigéria ou Costa do Marfim, Gana foi, no entanto, a única do continente a se garantir nas oitavas-de final da Copa. E num grupo difícil como este. A campanha não foi nada animadora, mesmo assim se deram bem, graças a vitória sobre os sérvios e o empate com a Austrália, além de perderem somente de 1 a 0 para a Alemanha. O time é jovem, inexperiente, mesmo que conte com atletas que atuam na Europa. Pelo entusiasmo e apoio da torcida podem superar os Estados Unidos e conseguir uma vaga entre os oito melhores, o que já seria uma façanha.
SÉRVIA
Mais uma decepção. Os sérvios não justificaram o temor dos adversários, exceto na partida contra os alemães, quando venceram. Futebol pragmático, conservador, limitado. Outra seleção que reflete o país. A Sérvia ainda não se abriu para a Europa, não se renovou, busca se adaptar à independência e autonomia. Mas mantém a pose. A desclassificação pode ser boa para abrir a cabeça dos dirigentes e para forçar a renovação do time.
AUSTRÁLIA
Os australianos podem ir para casa satisfeitos. Fizeram campanha digna, dentro das possibilidades, e dificultaram a vida de Gana e Sérvia. O futebol apresentado é o de sempre, mas aos poucos vão aprendendo a lidar com as particularidades de uma Copa do Mundo. Ficaram em terceiro na chave. Não demonstraram em campo maiores pretensões. Coisas de um país rico, bem resolvido, distante das convulsões sociais e políticas do resto do mundo.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
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