quinta-feira, 24 de junho de 2010

GRUPO A

Cheguei a dizer que este era um dos mais difíceis grupos da Copa. Nem tanto pelo alto nível dos componentes, mas pelo equilíbrio de forças. Não creio que houve grande surpresa. Vejamos:

FRANCA

A classificação suada e irregular da França já prenunciavam o que viria a acontecer. A seleção gaulesa enfrenta uma crise há muito tempo. Jogadores não se entendem, o treinador não tem comando, o time não tem conjunto e a pressão era enorme. Muitos atletas de origens e característica tão diferentes dificilmente formam um grupo coeso se não houver organização e comando. A França é um país cada vez mais heterogêneo. A grande leva de imigrantes e refugiados tem gerado problemas internos gravíssimos e distúrbios sociais violentos. O selecionado francês retrata essa diversidade e mostra o quanto uma equipe nacional é reflexo do país. Foi embora mais cedo que gostaria, e vai certamente propiciar mudanças profundas e radicais.

ÁFRICA DO SUL

O objetivo maior dos anfitriões era passar para a segunda fase. O time foi valente, voluntarioso e fez o possível para conseguir o objetivo. Mas nem o barulho intermitente das vuvuzelas foi suficiente para se chegar a este fim. A alegria dos sul-africanos contrastou com a pouca qualidade técnica e com a falta de experiência da equipe dirigida pelo supervalorizado Carlos Alberto Parreira. Embora tenha sido a primeira seleção de um país sede a cair na primeira etapa da competição, fez o que pode e ainda ganhou da França, o que já é um belo retrospecto.

URUGUAI

Quem acompanhou o Uruguai nas eliminatórias e quem tem uma visão mais abrangente não se surpreendeu tanto com a campanha dos charruas. O time não é nenhuma beleza, tem poucos jogadores de alto nível, mas carrega consigo a tradição e a mística celeste, ainda que isso não seja garantia de nada. A organização imposta pelo treinador e a boa fase de alguns jogadores fizeram do Uruguai o líder e maior força deste grupo. Vai pegar a traiçoeira Coreía do Sul e já vislumbra a vaga nas quartas-de-final da competição. O momento do time retrata a atual situação do país, que tenta se reerguer economicamente depois de anos atolado em crises. O país, que já foi chamado de Suíça da América, atravessa período de crescimento, o que ocasionou a volta do patriotismo e confiança dos seus cidadãos. É o que estamos vendo nos gramados sul-africanos.

MÉXICO

Outro que não chega a ser surpresa na próxima fase é o México. Há muito tempo a equipe vem pleiteando vaga entre os grandes do futebol mundial, mas sempre esbarrou na própria limitação e na crônica falta de confiança. Como uma das economias emergentes e força política da região, mostra em campo mais domínio dos nervos e segurança na hora de encarar os adversários. Não sei se é suficiente para suplantar o próximo rival, nada menos que a Argentina. Mas não deve ser subestimado.

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